Principio da tarde. Circulo pelos arredores de Maputo a caminho do estaleiro já perfeitamente adaptado à condução africana e à simetria do toyota. Com uma mão no telemóvel e outra no volante a dominar uma sessão de slalom para não acertar nuns mega buracos sinto-me um perfeito local! Eis senão quando me salta um polícia para a frente de apito na boca e mão ao alto. Já fui… branco, carro estrangeiro (o carro, da empresa, tem matricula da Suazilândia) … vou abrir os cordões pensei… Parei e o polícia aproximou-se, cumprimentou e perguntou: “para onde vai?”
Não sei por alma de quem a minha resposta foi: “Vou para o Zimpeto. Porquê? Quer boleia?”
Incrível… como é que me fui lembrar de dizer aquilo? Que lata… Safa… A verdade é que o policia não levou a pergunta a mal, entrou na boa onde e a partir daí foi só conversa fiada até que me mandou arrancar. Nem documentos pediu… isto é preciso é descontracção e estupidez natural!
Trabalho-casa, casa-trabalho lá passou parte da semana e chegou a esperada quinta-feira! Noite famosa no cine-bar Africa! Estávamos ansiosos por ir conhecer tão badalada catedral (qual lux…) da noite “do” Maputo. Chegamos a casa, mortos como sempre, mas um duche frio e um café levantaram o moral das formigas e após demorado repasto num tasco mesmo à porta de casa lá arrancamos transformados em boémias cigarras. Durante o caminho curtimos uma das fantásticas trovoadas secas de Maputo. Os relâmpagos sucedem-se durante horas, mas chuva nada. Escusado será dizer que este espectáculo dá um enquadramento tipo Fantasporto às ruas.
Chegamos. Paramos orgulhosamente o chasso à porta. O ambiente promete! Pelos vistos à quinta há sempre musica ao vivo e hoje são uns Tanzanianos que num estilo afro/sul-americano/jazz/xpto/gti lá vão tocando musicas africanas salteadas com pérolas como o “para bailar lá bamba” (não me lembro o nome da música…) lindo! Um espaço muito fixe, bem decorado e com uma fauna amigável. Havemos de voltar para curtir um bom som, umas laurentinas e dois dedos de conversa com tudo quanto é gente na cidade (sim, porque gente que é gente passa pelo africa na quinta à noite). O maldito relógio já vai quase nas 2.30 quando resolvemos ir embora… a alvorada é por volta das 6/7horas da matina porque nós estamos cá é para trabalhar! Quando saímos chove a bom chover… chuva quente e forte ensopa tudo e todos numa questão de segundos. O velhinho toyota – em modo anfíbio – lá vai saltitando de charco em charco e leva-nos sãos e salvos a casa.
Pedindo mais um milagre entramos no elevador lentaaammmmeeennnnttteeee lá chega ao nosso piso (para os mais cépticos lembro que em 3 elevadores, 2 demonstraram a teoria de newton e caíram… mesmo… um deles vinha do 20º andar cheio de malta e caiu do 4º, o outro nem me atrevo a perguntar…). Sem mais conversas, dentes lavados, xixi cama! O ambiente na casa é lindo, daqueles só possíveis neste sul do mundo. Temos as janelas abertas o que faz com que corra uma brisa (a fugir para o vendaval) pela casa. O vento quente que embala, os clarões da trovoada e o barulho incessante da chuva fazem me adormecer com um sorriso nos lábios! Africa no seu melhor!
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